O Efeito de Estufa em Vénus

Vénus é como que um planeta irmão da Terra, a sua massa e diâmetro aproximam-se bastante dos terrestres. Apesar disto as condições na supefície e a sua composição atmosférica são radicalmente diferentes.

A atmosfera venusiana é altamente complexa e perigosa. A sua camada superior provoca chuvas de ácido sulfúrico mais forte que o ácido das baterias dos automóveis. Ventos de grande altitude rodam em volta do planeta cada 4 dias atingindo velocidades superiores às manifestas num tornado de força máxima. Isto enquanto que o planeta leva 255 dias a completar uma rotação em torno de si próprio, evidenciando a força dos ventos, mas apesar de tudo uma grande ordem visto o período quase perfeito de 4 dias. Até mesmo os lentos ventos da superfície exercem uma força equivalente à de um rio corrente sobre o solo venusiano devido à atmosfera venusiana ser 90 vezes mais densa que a da terrestre. Com efeito é tão densa ao ponto de refractar a luz de tal forma que o horizonte deformar-se em direcção ao céu.

Sendo composta, quase na totalidade, por dióxido de carbono, a atmosfera venusiana é responsável por um elevado Efeito de Estufa. As suas temperaturas, que na superfícies são da ordem dos 462 ºC, são superiores às de um forno enquanto as pressões são equivalentes às encontradas num submarino submergido a 1 Km de profundidade (90 vezes superior à terrestre).

O estudo da atmosfera venusiana pode ser bastante importante para um melhor conhecimento dos processos na atmosfera terrestre e num conhecimento mais aprofundado do Efeito de Estufa. Já se conseguiram tirar resultados bastante positivos no estudo dos efeitos da destruição da camada de Ozono terrestre a partir do estudo do "motor" químico que alimenta as nuvens venusianas.

A quantidade de CO2 descoberta em Vénus é aproximadamente a mesma que a existente na Terra. A diferença reside no facto de o CO2 terrestre estar maioritariamente armazenado nas suas rochas e na água, apesar de a actividade humana ter vindo a contribuir cada vez mais para o aumento da quantidade deste gás na atmosfera. Em Vénus este foi totalmente liberto para a atmosfera, o que segundo alguns astrónomos aconteceu devido à maior proximidade do Sol que impediu o CO2 de se fixar em quaisquer rochas. Esta grande quantidade de CO2 na atmosfera de Vénus iniciou um ciclo de aquecimento que cada vez foi retendo mais calor na atmosfera de Vénus tornando-o no Vénus quente, hostil e sem vida que conhecemos.

Em todo o lado os relâmpagos caem com tanta frequência que até o lado escuro de Vénus brilha com uma luz pálida e fantasmagórica. Os trovões soam num constante rugido que é transportado por distância incríveis numa atmosfera tão densa. No entanto, no meio de tanta confusão, existe uma ordem complexa.

As correntes atmosféricas alinham-se em camadas de nuvens altamente elaboradas. Em certas áreas do equador Venusiano os ventos divergem e formam um “Y” imenso, que se espalha pelo planeta inteiro. As camadas atmosféricas, com uma cor amarela devido ao ácido sulfúrico, são alimentadas pelo imenso calor solar. No entanto, muito estranhamente, estas nuvens reflectem muito mais luz solar que as terrestres, mas, mesmo assim, a atmosfera venusiana é um meio hostil e, muito certamente, desafiará os primeiros passos dos homem sobre o planeta vizinho.

Links
Para mais informações:

Introdução a Vénus (em português)
Os dados, as formações vulcânicas, a exploração, as melhores Imagens e Animações.
Um site excelente sobre este planeta.
(disponíveis também todos os outros planetas do sistema solar e muito mais informações)

Vénus - "O Planeta Estufa" (em português)
Artigo do V-Astro sobre Vénus.